Aceitar a prosperidade como forma de honrar nossos antepassados
É um instinto natural querermos ficar perto da nossa família. É a chamada “Lealdade ao clã”. Quando vamos tomar um passo adiante e conseguir o sucesso profissional, financeiro, amoroso, tem uma espécie de elástico que nos puxa de volta. Por que sentimos isso? Clique e descubra.
"Receba em sua mente e, sobretudo, em seu coração a permissão de seus ancestrais para fazer sua vida de maneira diferente". (Bert Hellinger)
Muitas pessoas quando começam a prosperar, crescer pessoal, acadêmica, profissional e financeiramente, sentem em sua alma que estão se afastando de sua família de origem, dos seus pais que tiveram menos condições, talvez de seus irmãos que não foram bem-sucedidos.
Sentem-se bem por progredir e ao mesmo tempo mal por se afastar e diferenciar-se da família.
É o início de um conflito interno que frequentemente põe tudo a perder. Sensações de afastamento, solidão e culpa invadem a percepção ou permanecem subliminares, e devido à essa incongruência, essas forças ambivalentes que lutam dentro de si, tudo começa a dar errado.
Geralmente, perdem o que conquistaram, vão à falência, são enganados, fazem maus negócios etc.. Assim, novamente tornam a se assemelhar e reaproximar de sua família.
Todos sabemos onde isso termina.
É a famosa e tão comentada autossabotagem (ou autoboicote), movimento individual que tem origem sistêmica e ocorre por necessidade de manter-se leal à familia, a fim de permanecer na boa consciência junto ao clã.
A dor da separação da família de origem, para quem não está pronto, pode ser insuportável, gerar culpa imensa e causar a sensação real de ser puxado de volta para a condição anterior, como se houvesse um elástico invisível preso às costas.
Quanto mais tenso fica esse elástico sistêmico, a cada passo em que nos afastamos da origem, maior a força que nos puxa de volta.
Só conseguimos caminhar até o limite do possível, cada vez com mais dificuldade. A um certo ponto, a nossa força e velocidade para caminhar diminuem, até zerar, e a atração para trás é maior do que podemos lidar.
Retornamos à grande velocidade para onde já estivemos, culpando o acaso, a conjuntura política, a economia etc.. Nos sentimos muito mal pelas perdas, mas, ao mesmo tempo inocentes e na boa consciência com nossa família, novamente próximos à nossa origem.
Essa história tende a se repetir continuamente, a não ser que olhemos de uma nova perspectiva e busquemos uma solução sistêmica.
Em uma constelação familiar, podemos constatar que essa temática pode pertencer ao campo sistêmico, vinda de gerações anteriores à de nossos pais.
Talvez eles mesmos passam por situações difíceis por viver representando emaranhamentos que vem de gerações anteriores. Nada ocorre por acaso, e a dinâmica se perpetuará enquanto não for olhada e trazida à consciência, a sombra assumida e vivenciada, for feita a desidentificação e então redirecionarmos todo o sistema novamente para o Amor e para a Vida.
A solução consiste em olhar para todas essas pessoas, nossos pais, nossos antepassados, os que foram excluídos, não reconhecidos, não honrados, tomar a todos, agradecer pela Vida que fizeram chegar até nós, aceitar, honrar e respeitar seus destinos, e pedir autorização e bênção para sermos bem-sucedidos, e assim levarmos nossa linhagem a um bom destino, à prosperidade, ao sucesso e à Vida.
Quando em equilíbrio, nosso sistema quer que a Vida continue adiante, através de nós e de nossos descendentes.
Nosso fracasso e insucesso não servem ao sistema. Nosso sucesso, que vem de tomar todos que chegaram antes de nós, leva em triunfo nosso sistema familiar adiante, isso é bom e desejado.
Autor: Dr. Roberto Debski